Acolhimento do paciente pela equipe técnica da instituição, sendo realizada anamnese e atendimento individual do paciente pelos profissionais, onde será decidida qual será a melhor metodologia a ser aplicada com o paciente, tendo em vista que o tratamento é singular.

No primeiro mês de internação, as palestras com o conselheiro terapêutico, assim como também, assistente social e equipe de psicologia, estarão inteiramente ligadas a convocar o paciente para refletir sobre o porquê o mesmo chegou a situação, da necessidade de sua internação. De modo que, após essa identificação, possa na medida do possível, se permitir admitir, aceitar e se render frente a problemática que o trouxe até aqui.

O processo de ressocialização é iniciado desde o primeiro mês de tratamento, pois, é realizado um levantamento com a família do paciente referente as pendencias deixadas pelo acolhido, referente aos estudos e/ou abandono do emprego, de modo que, com esse levantamento possamos elaborar estratégias para que o paciente possa atravessar o seu tratamento com menos preocupações e prejuízos.

No segundo mês, a metodologia aplicada ao paciente estará voltada em fazer com que o mesmo identifique algo que sirva como “bengala” para se sustentar diante do caos que o rodeia. Essa identificação inicial, pode ser um Deus (da maneira que ele compreenda) ou algo como uma nova metodologia de vida, como por exemplo, a própria programação de N.A. (narcóticos anônimos). Objetivando que isso possa auxilia-lo a se sustentar diante de sua dor existencial.

Assim como também, no segundo mês, é abordado e apresentado a importância da necessidade de entregar suas vontades, desejos e angustias nas mãos deste “poder superior”, ou seja, apresentar ao paciente a importância de que ele só faz o que ele pode, só resolve o que ele pode resolver no alcance dele, e o que ele não pode resolver ele deve utilizar da fé e da “entrega” como alternativa para que o tempo resolva as questões pendentes que o angustia.

Nessa etapa, também, se é aplicado uma forma de ressocialização com a possibilidade de supletivo escolar de maneira online.

No terceiro mês de internação, o paciente por estar sendo avaliado por toda equipe multidisciplinar de forma individual e grupal, de maneira estratégica. Será abordando neste momento sobre sua história de vida de uma forma mais aprofundada, proporcionando ao paciente um mergulho no processo de reflexão sobre seus passos com um olhar mais detalhado a respeito da sua jornada de vida, e através dessas reflexões ir se deparando com seus ganhos e perdas que o fizeram chegar em sua degradação atual.

Após a equipe conseguir extrair reflexões profundas e verdadeiras do paciente, se é trabalhado com o mesmo a importância de abrir mão da vergonha e da culpa causada pela sua adcção, frente ao outro e a ele mesmo. Para que ele possa se aceitar como é, com suas cicatrizes e com a sua história de vida, e partir disso conseguir reconstruir a sua história com mais leveza.

Durante todo o processo de tratamento, a equipe multidisciplinar identifica os defeitos de caráter apresentados pelo paciente, e de maneira estratégica essas condutas são mostradas ao paciente para que ele possa reavaliar seus comportamentos, de modo que compreenda que talvez a permanência com tais atitudes possa o levar de forma inconscientemente a uma nova recaída ao uso de substâncias como refúgio e/ou justificativas de seus atos.

Temáticas voltadas a prevenção da recaída, e a importância de trabalhar a humildade em reconhecer seus defeitos e limitações, são destaque nessa etapa do tratamento, uma vez que, após o paciente chegar nessa fase do processo com êxito, se é estabelecido juntamente com a equipe uma análise para que ele inicie um processo de ressocialização.

Caso o paciente esteja engajado no seu processo de recuperação de forma esperada pela equipe, o mesmo será inserido no processo de ressocialização. Juntamente com a família, será avaliado sobre este processo em dias alternados a serem acordados com a disponibilidade da mesma.

Caso o paciente não esteja com a resiliência necessária segundo a equipe multidisciplinar, o mesmo permanecerá na instituição sendo abordado com temáticas voltadas aos pontos destacados pela equipe como principais para que seu processo de recuperação decole.

As temáticas em destaque nesta etapa do processo estarão relacionadas a necessidade de fazer reparações com pessoas que o mesmo possa ter prejudicado em seu processo de adicção ativa, exceto quando tais reparações possam não agregar as pessoas envolvidas e/ou prejudica-las. Fazer com que o paciente entenda que a reparação não é apenas para que ele se sinta bem e se livre do sentimento de culpa, mas sim ter a humildade de enxergar que ela só é necessária se de fato, essa tentativa não cause dor ao outro.

Nesta etapa do processo, existe um aprofundamento reflexivo da equipe juntamente com o paciente sobre a identificação que o mesmo possui no que se refere ao que ele denomina ser o seu “poder superior”.
O objetivo da equipe é fortalecer o diálogo do paciente com essa “bengala” que o sustenta frente as suas crises existenciais que naturalmente irão ocorrer.

As temáticas abordadas nesta etapa do processo, independente da alta do paciente, está voltada a prevenção da recaída relacionada aos comportamentos que possam leva-lo a ela. A importância de uma reflexão diária sobre tais comportamentos para que dessa forma, possa na medida do possível evitar estes mesmos comportamentos destrutivos.

Uma nova avaliação da equipe será realizada para identificar o resultado da metodologia proposta e a trajetória do paciente frente ao tratamento, assim, verificar qual melhor decisão a ser tomada a respeito da alta do paciente.

» Atendimento individual e coletivo pelos profissionais da equipe técnica;
» Desenvolvimento e trabalho com metas, a serem estabelecidas pelo paciente e equipe técnica da instituição;
» Palestras sobre dependência química;
» Estudo em grupo dos 12 passos de A/A e N/A, Minnesota;
» Estudo sobre (P.P.R.) Plano de Prevenção a Recaída;
» Vídeo terapia;
» Gincanas e dinâmicas de grupo desenvolvidas e adaptadas pela equipe técnica;
» Esportes e lazer;
» Trabalhos didáticos e lúdicos para acessar o paciente de forma singular através de vários tipos de linguagem.

Desenvolver a capacidade de controlar a vontade de ir embora em um provável processo natural de abstinência, partilhando os seus sentimentos com outros dependentes em recuperação e buscando ajuda junto à equipe técnica.

Desenvolver a capacidade de evitar pessoas, lugares e situações que levem ao uso de drogas, buscando sempre a companhia de pessoas que querem a sua recuperação, cumprindo sempre com horários, exercícios e a participação nas atividades propostas pela equipe técnica da instituição.

Desenvolver a capacidade de ouvir e falar de maneira que possa contribuir para o bem estar do grupo em tratamento.

Desenvolver a capacidade de buscar voluntariamente um relacionamento com o poder superior, através da comunicação verbal (oração), e do conhecimento da sua vontade em relação a nós (leituras e outros).

Manter-se de forma aberta e sincera e transparente de maneira que o grupo em tratamento possa reconhecer em mim uma rigorosa honestidade.

Desenvolver a humildade e aceitação nos relacionamentos externos, (familiares e amigos) de maneira que possa contribuir com o meu retorno ao convívio social.